Fundações profundasFundações profundas

As fundações profundas podem ser usadas em diferentes obras. Definir o tipo correto de fundação e a forma de fazê-la é algo extremamente importante em qualquer tipo de construção.

Existem várias possibilidades de fundações profundas e para definir o tipo mais adequado você precisará conhecer muito bem o solo onde se dará a construção, além das peculiaridades da obra e do terreno. Saiba mais!

O que são fundações profundas?

Fundações profundas
O que são fundações profundas?

De acordo com a NBR 6122/2010 – Projeto e Execução de Fundações, fundações profundas são todas aquelas capazes de transmitirem a carga proveniente da superestrutura do terreno pela base, por sua superfície lateral ou pela combinação das duas.

A mesma norma ainda regulamenta que, nos casos de fundações profundas, a profundidade do assentamento deverá ser maior que o dobro da menor dimensão em planta do elemento de fundação, ou, no mínimo, a 3,0 m de profundidade.

Quando as fundações profundas são indicadas?

Quando as fundações profundas são indicadas?
Quando as fundações profundas são indicadas?

Em geral, este tipo de fundação é mais indicada nos casos de solos superficiais que não apresentem capacidade para suportar cargas elevadas, ou ainda que estão sujeitos a processos erosivos e também quando existe a possibilidade de uma escavação futura nas imediações da obra.

Nos solos com baixa capacidade de suporte, mesmo que em pequena profundidade, as fundações profundas também podem ser usadas, até mesmo na construção de um sobrado ou de uma casa, não sendo necessário seu uso apenas em obras de grande porte.

Assim, o que definirá ou não o uso deste tipo de fundação deverá ser o conjunto de informações sobre as características do solo e o tipo de estrutura.

Quais são os tipos de fundações profundas existentes e as suas indicações?

Fundações profundas
Quais são os tipos de fundações profundas existentes e as suas indicações?

As fundações profundas podem ser divididas em estacas e tubulões. Veja abaixo mais detalhes sobre cada um destes tipos.

Estacas

Podem ser cavadas ou perfuradas e se caracterizam por apresentarem grandes comprimentos e seções transversais pequenas.

Sua finalidade é transmitir cargas ao solo, seja por meio da resistência de ponta, seja pela resistência de atrito lateral, ou ainda pela combinação das duas. Para definir a carga admissível pelas estacas é preciso utilizar métodos de cálculo de

capacidade de carga, considerando a interação solo-estaca.

Normalmente, este é um tipo entre as fundações profundas, que não necessita da descida do operário. É possível que as estacas sejam de concreto moldado ou misto, concreto pré-moldado, aço ou madeira.

As estacas também podem ser divididas em estacas de deslocamento ou estacas escavadas.

Estacas de deslocamento

Este é um dos tipos de fundações profundas que introduzem as estacas no terreno por meio de processos que não levam à perda de materiais.

Estas estacas são moldadas in loco e precisam do deslocamento lateral do solo, que passa a ser compactado na parede do furo até chegar à profundidade do projeto.

Suas principais vantagens são: a alta produtividade, a redução no volume de estacas, a não necessidade de maquinários adicionais, a pouca remoção do solo, a possibilidade de monitoramento das estacas e o aumento das tensões laterais.

Estas estacas podem ser:

  • Pré-moldadas de concreto: feitas em concreto protendido ou armado, vertical ou inclinadas, podem ser cravadas por vibração, percussão ou prensagem – a escolha deverá ser feita pelas características do solo, dimensão da estaca, tipo de projeto e características da vizinhança;
  • Madeira: feitas de troncos de árvore cravadas com um bate-estacas e usadas, na maior parte das vezes, em obras provisórias;
  • metálicas: feitas com tubos de chapas dobradas, perfis laminados ou soldados e tubos sem costura e trilhos. Elas podem ser emendadas e apresentam pouca vibração durante a cravação, mas têm um custo maior do que as demais;
  • Franki: apresenta grande capacidade de carga e permite alcançar grandes profundidades. Porém, causam grande vibração durante a cravação e apresentam um tempo de execução maior, aumentando os custos com mão de obra e equipamentos.

Estacas escavadas

São aquelas que necessitam da retirada de material durante a perfuração do solo. Estas estacas são moldadas in loco, ou seja no local da obra, e podem ser realizadas com ou sem fluido estabilizante e revestimento. Algumas vantagens são:

  • Grande mobilidade, produtividade e versatilidade;
  • Ausência de vibração;
  • Conhecimento imediato de todas as camadas atravessadas de solo;
  • Grandes profundidades e suporte à grandes cargas;
  • Podem ser executadas mesmo na presença de água.

Elas podem ser:

  • Trado rotativo: executadas por meio do torque, não produzem vibração e podem ser feitas próximas de divisas, contudo seu uso é recomendado apenas para solos acima do nível da água e coesos;
  • Hélice contínua: são feitas com o uso de uma haste tubular que tem uma hélice a qual é introduzida no terreno pela aplicação de um torque, além disso permite a monitoramento eletrônico das etapas de execução;
  • Strauss: são moldadas in loco e executadas através do enchimento das perfurações que foram escavadas com concreto. No entanto, possui baixa capacidade de carga, difícil cravação no solo e alta produção de lama;
  • Raiz: escavada com equipamento de rotação com circulação de ar comprimido, lama bentonítica ou água. Permite atravessar e perfurar qualquer terreno, mas tem um custo mais alto que as demais, e gera grande desperdício de água.

Tubulão

Tubulão
Tubulão

É um dos tipos para as fundações profundas que é mais usado na construção de viadutos e pontes, necessita de atenção em relação à compatibilidade do material base com a tensão do projeto e a instabilidade do solo. Seu uso é indicado para construções com cargas elevadas (acima de 3 mil kN).

São elementos feitos em concreto moldado in loco e consistem no encamisamento da estrutura do fuste com anéis de tubo de aço ou de concreto. Podem ser com ou sem escoramento, a céu aberto e a ar comprimido.

E, então, depois de ler este conteúdo, ficou mais claro quando as fundações profundas devem ou não ser usadas em uma obra?

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